A mãe sempre dizia que "La joça contínua la zê qüela que a banha." (A gota contínua é aquela que molha).
Com isso, a sabedoria popular quer transmitir que o que importa é a ação contínua na busca dos resultados, o que importa é a tenacidade continuada e a persistência. De nada adiantam arroubos passageiros, que não têm ação duradoura.
Essa lição permanece como princípio na vida de cada filho dela. E a Moema, ainda menina, se aproveitou dela numa situação muito singular. Ei-la:
Final de 1968, início de 1969: separação da mãe e do pai. Mudança para Passo Fundo. Alguns meses depois, aluguel da casa na Rua Paissandú, que não tinha chuveiro elétrico. Para tomar banho, colocávamos água morna num latão, o suspendíamos e abríamos a torneira.
Tomando banho, a Moema (com 10 ou 11 anos de idade), balançou o latão e sentiu que havia pouca água. Lembrou então da lição da mãe: "la joça contínua la zê qüela que a banha". Mais do que depressa, fechou a torneira, deixando correr apenas um filete de água, podendo assim concluir com a parca reserva do latão.
Trinta anos depois, ela recordava esse fato e comentava com os irmãos reunidos: lição que fica, lição que é aplicada nas mais diferentes situações e nas mais diferentes idades.
Educação dos pais: sem quadro, sem giz; com palavras e ações. Resultado: Nota 10.
Maria Olma
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