Olhem ela aí, numa foto especialmente captada no Primeiro Encontro da Família Damo em Evangelista, recordando os tempos de infância quando ainda era costume confessar "os pecados". Mas o que era pecado?
Ah! O confessionário! Quantos segredos o padre Alexandre deve ter guardado com ele e quanto ele deveria saber do povo de Evangelista "por debaixo dos panos"!.
A Igreja da Quinze foi (e continua sendo) um marco nas vidas de muitos Damos. Lá muitos foram batizados, crismados, fizeram a Primeira Confissão, a Primeira Comunhão. Lá muitos casaram, muitos tiveram seus corpos encomendados antes de partir para a morada definitiva.
Lá, tivemos muitos "devaneios". Enquanto o padre rezava a missa em latim, virado de costas para os fiéis e a gente não entendia patavinas, a cabeça (ao menos a minha) viajava longe. De vez em quando ela voltava e se ligava nos movimentos dos coroinhas que balançavam o turíbulo debaixo da "saia" do padre do qual saía a fumaça perfumada do incenso ou no som das campainhas que soavam forte (era a hora da Consagração, e logo o padre levantava o cálice e a hóstia grande).
Mas a hopra que eu mais gostava era quando o padre se virava e dizia:
- Dominos vo bisco (era assim que eu entendia).
E a gente respondia (eu, bem contente):
- E cos´spirito tuo (na minha cabeça ainda é isso).
Quando "engessado diálogo" se estabelecia, eu sabia que a missa estava no fim.
Missas pela metade, mas lembranças por inteiro de um tempo distante, que continuam muito vivas na nossa memória como essa imagem da Mirta no confessionário.
Maria Olma
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